A discussão sobre o feriado nacional do dia da
consciência negra já vem de antes de 2011, já que bem antes disso já se tratava
de uma data comemorativa. A Tarde publica no dia 20 de novembro – dia da
consciência negra – para reacender as contendas. “Salvador faz parte dos 5.126 municípios brasileiros que não adotaram o
feriado, segundo levantamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial (Seppir). No Brasil, 436 cidades têm o 20 de novembro como
feriado municipal. No movimento negro baiano, a possibilidade do novo feriado
nacional divide opiniões.”
O bate-boca é porque a nossa cidade de Salvador, que tem
a maior porcentagem de negros na população, não adotou o feriado. O dia é celebrado desde a década de 1960, mas
só se popularizou nos últimos anos, até que, em 2011, a data foi oficialmente
instaurada como comemoração nacional em homenagem ao líder quilombola Zumbi dos
Palmares, que morreu em combate no dia 20 de novembro. O dia não é só uma
lembrança a Zumbi, mas um dia de reflexão em prol do papel do negro na
sociedade brasileira, além da
resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte
de africanos para o solo brasileiro.
Segundo o blog “Nada Doce”, o feriado
deveria ser adotado em Salvador por se tratar de um feriado de natureza civil,
previsto na lei. “A verdade é que nem os
governos do Estado da Bahia e o municipal de Salvador aprovaram o projeto de
lei que oficializa como recesso o dia de comemoração da luta negra no Brasil.”,
afirma.
É claro que a data é celebrada com
muitas passeatas, palestras, shows... Tudo em ordem para que fosse um feriado
em massa de reflexão geral do tema. Ainda assim, Valmir
França, coordenador do Fórum de Entidades Negras, diz não concordar. “Sou contra. Acho que isso interferirá no
trabalho de conscientização que tem sido realizado nas escolas e em outros
espaços durante a data”.
Para Gilberto Leal, da
Coordenação Nacional de Entidades Negras na Bahia (Conen), que realiza há 30
anos a Marcha Zumbi dos Palmares, é necessário entender que o dia não seja
apenas para lazer. “Sendo ou não feriado,
o 20 de novembro é uma data cívica, que deve ser comemorada por todos, negros e
brancos. Requer um momento de reflexão do nosso papel na construção de uma
sociedade democrática”, destaca.
A África é um continente que, apesar de todas as suas belezas e pontos positivos, também abriga faces da humanidade das quais duvido que qualquer um de nós se orgulhe. Uma dessas é a maneira como muitas mulheres são tratadas em muitos dos países africanos - vale ressaltar que isso não acontece só na África, mas em muitas partes do mundo.
ResponderExcluirAinda assim, as mulheres africanas ao longo dos séculos vem reivindicando também os seus direitos e a mudança da forma como são vistas na sociedade. Afinal não estamos vendo o que está acontecendo - não só com as mulheres - na Primavera Árabe, movimento que se dá no Oriente Médio e no Norte da África? É toda uma nova classe de protestos que têm a chance de mudar para sempre as bases em que estão construídas estas sociedades.
As mulheres africanas, como visto no texto, passaram por tantas coisas, em que uma das mais assombrosas é o caso da mutilação genital. A famosa modelo Waris Dirie é um dos mais conhecidos casos da dor física e psicológica dessa prática que ainda perdura nos dias de hoje.
Por isso, é de imensa importância esse tipo de levantamento das mulheres em busca de uma mudança de conceitos. E é nosso trabalho também divulgar o sofrimento pelo qual muitas pessoas do continente africano são submetidas. A mudança começa com a nossa vontade de fazê-lo.
Por Clara Suit Queiroz