A atividade comercial africana mais lucrativa, entre os séc. XVI e XIX foi o tráfico de escravos. Esse tráfico promoveu o povoamento do Brasil por pessoas vindas de diversas partes do continente africano (a maioria jalofos, bambaras, fulas e mandingas da região da Senegâmbia).
Na África Ocidental, a navegação permitia a circulação
tanto de mercadorias quanto de arte, tradições e costumes, definindo assim a
interação entre os povos dessa região. Porém era no interior do continente que
aconteciam os negócios mais lucrativos da região e encontros culturais muito
intensos.
Apesar de já terem forte influência sobre as populações
norte-africanas, a presença dos árabes ficou mais evidente quando, pela força
da palavra, do comércio e das armas, eles passaram a disseminar o islamismo
pelas regiões da áfrica subsaariana. Logo, os povos africanos já experimentavam
a convivência com diferentes crenças em seus lugares de origem, pois alguns
povos, embora convivessem com populações islamizadas, não se tornaram
muçulmanos.
O comércio entre os africanos e os portugueses tornou-se
bastante intenso, por volta de 1460. Porém, o fortalecimento dessa ligação
gerou a perda de vínculos com caravaneiros que negociavam nas principais rotas
do comércio transaariano. A principal atividade das populações entre a savana e
a costa africana era o comércio desde peixes secos e tecidos até escravos.
A chegada dos europeus ao continente africano teve
consequências graves nas políticas internas dos reinos africanos. Muitos deles
aliaram-se aos europeus e especializaram-se no tráfico como forma de escapar ao
próprio tráfico, outros, foram vencidos
e submetidos ao domínio colonial.
Um exemplo, é a relação entre os reinos do Congo e de
Portugal que, a princípio, parecia vantajoso para ambos. Para D. João II, a
aliança com o Congo, era a oportunidade que esperava para fincar os pés naquela
região da África. Já o rei do Congo
pretendia apropriar-se dos conhecimentos, técnicas e até hábitos e costumes
europeus para fortalecer deu reino. Porém, aos poucos, os portugueses fizeram
com que um dos mais estáveis reinados da África Centro-Ocidental.
Enquanto isso, a procura por produtos europeus crescia de
tal modo que cobre e peles já não eram suficientes para saldar as dívidas com
os comerciantes portugueses. A partir de então, ganhou espaço nas transações
entre chefes africanos e exploradores europeus a compra e venda de pessoas.
Texto
baseado nas informações presentes no Cap. 1 do livro “Uma
História da Cultura Afro-Brasileira” De
Walter Fraga e Wlamyra R. de Albuquerque
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