O tráfico de escravos trouxe cerca de 4 milhões de
africanos para o Brasil. Escravizava-se quem era vencido em guerras, condenado
pela justiça, e mesmo quem contraía dívidas e não as pagava. A escravidão era
uma prática que obedecia às regras da guerra e do convívio social, ou seja, no
início, não era o lucro com a venda de pessoas que a caracterizava, só mais
tarde o comércio de pessoas se tornou o principal e mais lucrativo negócio na
África. Esses escravos, por serem pessoas de lugares e grupos diferentes,
traziam consigo diversas interpretações sobre a origem do mundo, religiosidade,
vivência familiar, modos de vestir e de se relacionar com os outros. Ou seja,
tinham uma cultura rica, complexa e diversificada.
Vale destacar que a história que conhecemos da África
conta muito sobre como os africanos foram vistos pelos outros povos.
Entretanto, os povos africanos também registraram as próprias historias por
meio de documentos escritos, da tradição oral, da arte, da literatura, das
celebrações e de todas as outras formas de expressão. Estes registros são muito
importantes por que tratam da história que os povos africanos contam sobre se
mesmos e do contato com os outros.
No continente africano, surgiram os grupos humanos mais
antigos de que temos notícia. Conhecer a história da África é uma excursão pelo
próprio surgimento da humanidade e de seus progressos tecnológicos. É importante
lembrar que, até o século XX, o continente africano não estava dividido em
países como hoje, essas fronteiras foram impostas pelas nações européias no
processo de colonização. Antes da chegada dos europeus, as sociedades africanas
estavam organizadas de várias maneiras (grupos nômades, reinos, impérios e
pequenas aldeias).
Também é válido afirmar que a existência das comunidades
dependia da preservação da memória e do culto aos antepassados, por isso os
mais velhos eram tratados com muito respeito. As aldeias podiam estar ligadas
por vínculos de parentesco ou submetidas ao mesmo rei. Logo quando os europeus
chegaram à África, existiam tanto aldeias isoladas quanto cidades bem
estruturadas e impérios consolidados que possuíam uma ordem social, política e
econômica que lhes garantia poder e riqueza. Por todos esses motivos, não se
pode dizer que os africanos que vivem nessa África tão grande e tão diversa são
todos iguais.
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