sexta-feira, 18 de maio de 2012

Escravidão e cultura na África


O tráfico de escravos trouxe cerca de 4 milhões de africanos para o Brasil. Escravizava-se quem era vencido em guerras, condenado pela justiça, e mesmo quem contraía dívidas e não as pagava. A escravidão era uma prática que obedecia às regras da guerra e do convívio social, ou seja, no início, não era o lucro com a venda de pessoas que a caracterizava, só mais tarde o comércio de pessoas se tornou o principal e mais lucrativo negócio na África. Esses escravos, por serem pessoas de lugares e grupos diferentes, traziam consigo diversas interpretações sobre a origem do mundo, religiosidade, vivência familiar, modos de vestir e de se relacionar com os outros. Ou seja, tinham uma cultura rica, complexa e diversificada.
Vale destacar que a história que conhecemos da África conta muito sobre como os africanos foram vistos pelos outros povos. Entretanto, os povos africanos também registraram as próprias historias por meio de documentos escritos, da tradição oral, da arte, da literatura, das celebrações e de todas as outras formas de expressão. Estes registros são muito importantes por que tratam da história que os povos africanos contam sobre se mesmos e do contato com os outros.
No continente africano, surgiram os grupos humanos mais antigos de que temos notícia. Conhecer a história da África é uma excursão pelo próprio surgimento da humanidade e de seus progressos tecnológicos. É importante lembrar que, até o século XX, o continente africano não estava dividido em países como hoje, essas fronteiras foram impostas pelas nações européias no processo de colonização. Antes da chegada dos europeus, as sociedades africanas estavam organizadas de várias maneiras (grupos nômades, reinos, impérios e pequenas aldeias).
Também é válido afirmar que a existência das comunidades dependia da preservação da memória e do culto aos antepassados, por isso os mais velhos eram tratados com muito respeito. As aldeias podiam estar ligadas por vínculos de parentesco ou submetidas ao mesmo rei. Logo quando os europeus chegaram à África, existiam tanto aldeias isoladas quanto cidades bem estruturadas e impérios consolidados que possuíam uma ordem social, política e econômica que lhes garantia poder e riqueza. Por todos esses motivos, não se pode dizer que os africanos que vivem nessa África tão grande e tão diversa são todos iguais.




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