terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sobre o filme "Hotel Ruanda".




A história se passa em Kigali, capital da Ruanda em 1994, no que ficou conhecido por Genocídio de Ruanda. Paul Rusesabagina (Don Cheadle) é gerente do Hotel des Mille Collines, propriedade da empresa belga Sabena. Relata um período de aumento da tensão entre a maioria hutu e a minoria tutsi, duas etnias de um mesmo povo que ninguém sabe diferenciar uma da outra a não ser pelos documentos.
Tudo começa quando o presidente de Ruanda morre em um atentado após assinar um acordo de paz. Imediatamente os hutus entram em guerra aos tutsis, dando início a matança de tutsis.
Neste instante, Paul tenta proteger sua família, mas com iminente massacre generalizado, compra favores para proteger seus vizinhos que haviam pedido abrigo em sua casa na primeira noite de atrocidades.
Com a continuidade da tensão e mortes de governantes, os turistas partem enquanto que no hotel, aumentam a quantidade de vítimas que procuram abrigo e proteção (forças do EUA) fazem a segurança do mais novo "hotel de refugiados".
Pela compra de favores dos militares e da milícia Interahamwe, Paul consegue manter o hotel a salvo. O Coronel Oliver, interpretado por Nick Nolte, é um personagem fictício que representa os militares canadenses no comando das forças de paz das Nações Unidas da Missão de Assistência das Nações Unidas para Ruanda (UNAMIR), que tentam proteger vidas mesmo com a falta de tropas.
Um momento de esperança resplandece quando tropas belgas surgem, mas estas têm a única missão de resgatar os estrangeiros, não tendo como objetivo interromper o massacre de tutsis pelos hutus.
Com a saída dos estrangeiros do hotel, Paul inicia negociações com o General Bizimungu (Fana Mokoena) para conseguir proteção policial porém não consegue.
Tentam uma saída para alguns membros, mas entraram numa cilada que quase acabou com a família de Paul. Na outra tentativa, escoltados pelas forças da Onu cruzam com rebeldes tutsis, e chegam até o campo de refugiados, "mais seguro" e que dali poderiam partir para a Tanzânia.
Paul é Hutu e sua mulher, Tatiana, é Tutsi. Ele havia sido treinado na Bélgica para administrar o hotel quatro estrelas Mil Colinas, localizado em Kigali, capital da Ruanda, quando a tensão secular crescente explodiu em uma guerra total. Durante cem dias, perto de um milhão de pessoas morreram baleadas, queimadas ou esquartejadas, num dos massacres mais sangrentos de todos os tempos e que a comunidade internacional fez muito pouco para evitar ou sequer tentar interromper.
Num comportamento que já foi comparado ao episódio tratado em A Lista de Schindler, Paul escondeu na propriedade 200 Tutsis, entre eles alguns empresários e políticos, que seriam os primeiros alvos dos Hutus.
 
Crítica: 

Um filme que funciona como documento histórico mostra as crueldades que aconteceram na África. 
Baseado em trágicos fatos reais, acontecidos em Ruanda em 1994, Hotel Ruanda consegue despertar sentimentos agudos, tais como revolta, desespero, agonia, entre outros menos óbvios. Como cinema, é um forte drama com interpretações muito sólidas e um roteiro bem firme, que tem a capacidade de abrir o coração dos espectadores para que estes se voltem à pobre África, o continente dos esquecidos. Há uma mensagem política bem direta, que funcionaria até para os dias atuais, contra os países ricos. Isso se, claro, estes se importassem. De qualquer forma é um filme de alto valor: o documento está criado, e qualquer um pode assistí-lo.
Aqui vale abrir um parágrafo para falar sobre a história. Normalmente fazer isso é uma perda de tempo imensa em qualquer crítica, mas aqui abro uma exceção. Estamos em 1994. Em Ruanda, há uma divisão entre o povo (embora sejam todos fisicamente muito parecidos, como destaca o jornalista vivido por Joaquin Phoenix em certa cena): os Hutus e os Tutsis. Os Hutus são a maioria, e quebram um acordo de paz para tentar "livrar o país" dos Tutsis, a quem chamam de "baratas". O ódio é total, e um homem, Paul Rusesabagina, gerente de um importante hotel, está no meio disso tudo, pois ele é Hutu e sua esposa, Tutsi. Ele utilizará o hotel para proteger órfãos e outras pessoas (centenas delas) ao mesmo tempo em que vê que a situação ao seu redor está se tornando cada mais mais incontrolável. Isso tudo aconteceu na vida real.

Por Gabriella Passos


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